quarta-feira, 7 de julho de 2010

Contos Fluminenses, de Machado de Assis


Joaquim Maria Machado de Assis, nasce do no Rio de Janeiro a 21 de junho de 1839 e morre a 29 de Setembro de 1908. Começa a vida como sacristão, aprendendo a ler e escrever com um padre. É obrigado a trabalha desde infância como aprendiz de tipógrafo e mais tarde como revisor, torna-se depois ajudante de direção do Diário Oficial. Em 1873, entra para o ministério da agricultura, onde trabalha até a aposentadoria, poucos anos antes de sua morte.
Machado de Assis descendente de uma família humilde aprendeu por si mesmo com seu próprio esforço, viveu numa época em que o Brasil estava sob regime monárquico escravocrata, na época D. Pedro II era imperador do país. Cultivou quase todos os gêneros literários, mas destacou-se côo ficcionista. Inicia sua fase realista, demonstrando um estilo perfeito, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881). Esse romance apareceu inicialmente em folhetins, na Revista Brasileira do Rio de Janeiro, 1880; sendo que essa obra é considerada como marco inicial do realismo brasileiro.
Machado de Assis, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (1897), na qual foi aclamado seu primeiro presidente até a sua morte.
A obra poética de Machado de Assis divide-se me duas fases: a romântica (que sofre forte influência de Gonçalves Dias) e a mais próxima ao Parnasianismo (com temas semelhantes ao de Raimundo Correia). A prosa machadiana divide em: 1ª fase (romances com características românticas) e a 2ª fase (com características realistas).



Principais Obras:
1ª Fase
Romances

Ressurreição
A mão e luva
Helena
Iaiá Garcia

Contos

Contos Fluminenses
Histórias da meia-noite
Poesias
Crisálidas
Falenas
Americanas

2ª Fase
Romances

Memórias Póstumas de Brás Cubas
Quincas Borba
Dom Casmurro
Esaú e Jacó

Contos

Várias Histórias
Páginas recolhidas
Relíquias da casa velha

Poesias

Ocidentais
Teatro
Hoje avental, amanhã luva
Desencantos
O caminho da Porta
Quase ministro
Os deuses de casaca
Uma ode de Anacreonte
Tu, só tu, puro amor
Não consultes médico

Póstumas

Contos recolhidos
Contos esparsos
Histórias sem data
Contos avulsos
Contos esquecidos
Contos e crônicas
Crônicas de hélio
Novas relíquias
A semana
Crítica teatral
Crítica literária



Contos Fluminenses, de Machado de Assis
Primeiro volume de contos de Machado de Assis, Contos Fluminenses está relacionado ao Rio de Janeiro no período imperial. O conto mais famoso é "Miss Dollar". A maioria das narrativas, pela sua extensão, trama e estrutura, podem ser consideradas como novelas.


A obra Contos Fluminenses faz parte da primeira fase de Machado de Assis, que estava preso aos moldes estéticos do Romantismo. Os contos machadianos considerados românticos apresentam uma característica comum: os acontecimentos são narrados sem precipitação, entremeados de explicações aos leitores por parte do narrador, cheios de considerações sobre os comportamentos. Suas personagens não são tão lineares como as dos maiores românticos: elas têm comportamentos imprevistos, fazem maquinações, não transparentes, são interesseiras. Mas a estrutura narrativa de Machado, nessa fase, ainda é linear, isto é, as narrativas têm começo, meio e fim demarcados.


Nessa fase romântica, a angústia oculta ou patente das personagens é determinada pela necessidade de obtenção de status, quer pela aquisição de patrimônio, quer pela consecução de um matrimônio com parceiro mais abonado. A mentira é punida ou desmascarada. Há nisso um laivo de moralismo romântico, na pregação de casos exemplares.

A crítica considera apenas medianos os contos desse livro. De qualquer forma, já aparecem às características marcantes do estilo machadiano: a conversa com o leitor; a ironia; o estudo da alma feminina. Esboçam, em finos retratos femininos, a força do papel social como segunda e imposta natureza e as pressões que impelem os personagens a mudar de status ou classe social.

O conto "Miss Dollar" conta a história de uma viúva cética quanto ao amor de seus pretendentes por causa da convivência com o falecido marido, interessado apenas em seu dinheiro. Uma cadelinha chamada Miss Dollar foge de casa e é encontrada por Mendonça, um jovem médico colecionador de cachorros. Ao ver o anúncio dos donos da cachorra, decide devolvê-la. Conhece assim Margarida, uma viúva ainda moça por quem se apaixona. A moça parece não corresponder aos seus sentimentos. Mendonça, depois de algum tempo, resolve mandar-lhe uma carta a qual é respondida secamente. Fica muito triste e pensa em desistir da bela moça até que D. Antônia, tia de Margarida o procura para contar-lhe que a sobrinha o ama e que o evita por medo de que ele seja apenas mais um golpista, como foi seu finado marido e todos os outros pretendentes que surgiram depois. Ela pede que ele vá vê-la e o inevitável, segundo Margarida, acontece. Casam-se. No início ela desconfia de suas intenções reais, mas percebe, com o tempo, que seu amor é sincero. E, para terminar a história, Miss Dollar, responsável pela união de Margarida e Mendonça, é atropelada e morre.

Em "O segredo de Augusta", Vasconcelos resolve casar sua filha de apenas 15 anos ao descobrir ter perdido grande parte de sua fortuna. Juntamente com "Miss Dollar", antecipa a temática de "A mão e a luva": o dinheiro como móvel do casamento.

O tema da traição, suposta ou real, antes de aparecer em D. Casmurro, já estava nos contos "A mulher de preto" e "Confissões de uma viúva moça".

O casamento por interesse é constante na obra de Machado de Assis, principalmente em sua fase romântica. Contos Fluminenses traz outros cinco contos. Entre eles, "A mulher de preto", "Linha reta e linha curva" e "Confissões de uma viúva moça", carta de uma mulher enganada por um sedutor barato.

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